O responsável dos Assuntos Políticos e Estratégicos e porta voz da Juventude Africana Amílcar Cabral (JAAC), qualificou o actual momento político do país de “deturpação da ordem constitucional”.
Ussumane Camará que falava hoje em conferência de
imprensa conjunta entre a JAAC, a União Democrática das Mulheres
Guineense (UDEMU) e Organização de Quadros do Partido Africano da Independência
da Guiné-Bissau (CONQUATSA); todos eles organizações de massa do PAIGC, disse
que estando num sistema democrático não é aceitável que se
observa a deturpação da ordem constitucional, por isso exigem a
reposição da ordem constitucional, o mais rápido possível.
“Se não fosse por causa da emergência sanitária
global, o PAIGC estaria a exigir de forma adequada através das leis do país
aquilo que, por direito, é lhe
reservado”, disse Ussumane Camará.
Relativamente a questão dos deputados do PAIGC que
votaram o programa do governo liderado por Nuno Gomes Nabiam, disse que
cabe ao Conselho de Jurisdição e Fiscal do partido analisar o assunto dos
deputados em causa, porque ninguém é capaz de desafiar o PAIGC mesmo o seu
líder, enquanto mais um simples militante.
Camará aconselha aos militantes a andarem de cabeça
levantada porque, segundo disse, está em curso “várias reformas” no PAIGC.
“As pessoas devem também saber que as
reformas têm benefícios e consequências e que a indisciplina é
inegociável. Mesmo que esta formação política fique apenas com um militante, a
indisciplina tem que ser combatida”, avisou.
A primeira vice presidente da UDEMU Binto Nanque defendeu
na ocasião a devolução do poder ao partido que venceu as legislativas de 10 de
Março de 2019.
Nanque exorta ao Presidente Umaro Sissoco Embaló a
cumprir a recomendação da Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental, devolvendo o poder ao PAIGC.
Binto Nanque declarou
que a União Democrática das Mulheres da Guiné se juntou à JAAC na luta
pela reconquista do poder alcançado nas urnas.
Simão Silva, Secretário-geral de CONQUATSA alerta à
todos os paigecistas de que luta que levam a cabo para a reconquista do
poder que diz lhes pertencer não será fácil pelo que todos devem se
empenhar.
“Verdade é que a CEDEAO emitiu uma declaração e ela
não está a ser cumprida até hoje, bem como pronunciamento do Conselho de
Segurança das Nações Unidas, para repor a justiça, devolvendo o poder ao
partido que ganhou as eleições em respeito à Constituição da Republica, mas até
no momento o silêncio ainda continua da parte de quem deve cumprir com as
regras democráticas”, lamentou Simão Silva.
Referiu que em 1973, a Guiné Bissau proclamou, de forma
unilateral, sua independência e
veio a ser reconhecida pelas Nações Unidas em 1974.
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