sexta-feira, 17 de julho de 2020

ARISTIDES GOMES CONSIDERA DE MÁ-FÉ E FALTA DE CONHECIMENTO SOBRE TRANSFERÊNCIA DE DINHEIRO
“A minha reacção às campanhas de má fé dos autores morais do Golpe de Estado...
Mais uma vez o BRAIMA CAMARA e o regime golpista voltam a atacar a minha pessoa. Desta vez, e infelizmente para eles, com operações doentias semelhantes a uma Baleia que acaba por dar a luz de um "rato esquema". O Coordenador do MADEM G-15 ataca, outra vez, na base de tanto ódio, que não se deu ao cuidado de agir com clarividência necessária, para compreender alguns conceitos que vou inumerar em 10 pontos importantissimos e recomendáveis para um Deputado, um Lider de partido politico e por cima aspirante ao posto de PM. Gravissimo, quando uma personalidade dessa envergadura não queira aprender o seguinte:


1 - Como PM não poderia ter ordenado uma despesa, mesmo que ela fosse legal, através do meu Director de Gabinete. As minhas ordens nessa perspectiva são dadas, directamente, ao Ministro das Finanças.

2 - Se eu quisesse fazer algo de ilegal, neste caso roubar... não iria fazê-lo por uma carta, a ser despachada pelo Secretário de Estado e deixa-la nos arquivos.

3 - Caso pretendesse roubar o estado não teria solicitado uma autorização a um subordinado, neste caso aos serviços da Supervisão do Ministério, sob dependências de um outro subordinado meu.

4 - Na minha qualidade de PM não queria enviar a minha remessa por via informal. Sendo que se trata de meu dinheiro, não podia cair no mesmo erro de certos titulares de cargos políticos, violando as regras bancárias de transação. Sabe-se, aliás que algumas personalidades com responsabilidades enviam dinheiro sujo, por via ilegal, para bancos estrangeiros, sendo por isso alvo de investigação no estrangeiro, nomeadamente em Portugal.

5 - Para que conste, envio em apenso a Nota da Declaração do Banco onde està domiciliada a minha conta, a partir da qual fiz a transferência para custear os estudos e sustento anual da minha família no estrangeiro.

6 - Fi-lo, como sempre, de forma legal, obdecendo às regras instituídas pelo BCEAO e pela UEMOA, esta última, organização para a qual, em tempo devido e na qualidade do então Ministro da Economia e Plano, ajudei o meu país aderir. Assim sendo, não teria sido de bom tom eu estar à violar as respectivas regras

7 - Quero lembrar, novamente, ao Braima que um candidato ao posto de PM deve informar-se junto dos economistas e juristas. Até porque no seio do seu partido existem em abundância..., É só uma questão de revisitarem o Regulamento Numero 9 do BCEAO relativo a compra e transferência de divisas. Foi simplesmente o que fiz, pedindo autorização para transferir o meu dinheiro limpo para um país a França, onde circula uma outra divisa que não é o franco CFA. É assim que se faz na gestão bancária e financeira clássicas.

8 - Não se descobriu nada de anormal, contrariamente ao que os golpistas têm propalado. O dossiê em epígrafe estava devidamente arquivado no Ministério das Finanças e no ORABANK, podendo ser consultado a qualquer momento.

9 - Nao é por acaso qui fiz as minhas transferências por essa via legal, com registos no BCEAO. Tenho e terei sempre a preocupação ou obrigação de participar na construção de um Estado digno e respeitavel, no qual impera as Leis e Regras. Por isso, gostaria de sugerir, mais uma vez ao Braima Camara, enquanto postulante ao cargo de PM, a ler as últimas recomendações do FMI sobre o nosso sistema financeiro.Uma diretiva em que se recomenda a luta contra o branqueamento e o dinheiro sujo. Eu já fiz a minha parte, dando este exemplo.

10 - Um desafio: nunca enviarei dinheiro sujo para estrangeiro em voos, uma vez que, na minha ótica, o dinheiro limpo deve, sistematicamente, passar pelos bancos para serem submetidos a rastreio e obterem o label de transparência. É este o meu modus faciende, enquanto personalidade que tem desempenhado em diversas ocasiões funções de responsabilidade na Guiné-Bissau e tendo, por isso, a obrigação nobre de ajudar os concidadãos a compenetrarem-se do sentido de Estado e da cidadania.

Aristides Gomes, Primeiro-Ministro”



Noatabanca; 17.07.2020

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