quinta-feira, 26 de março de 2020

UNICEF ALERTA PARA RISCO DE ABUSOS  E EXPLORAÇÃO DAS CRIANÇAS 
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) alertou hoje as autoridades mundiais de que centenas de milhões de crianças, em todo mundo, provavelmente enfrentarão uma ameaça elevada a sua saúde e bem-estar, incluindo maus-tratos, violência baseada em género, exclusão social e separação dos seus tutores devido as acções tomadas para controlar a disseminação da pandemia do Coronavirus  (Covid-19).




De acordo com uma nota enviada hoje à ANG, o Unicef apela aos Governos que assegurem a segurança e bem-estar dos menores durante intensificação da queda socioeconómica provocada pela doença, frisando que em colaboração com os parceiros da Aliança para Proteção da Criança em Ação Humanitária apoiará as autoridades e organizações envolvidas na resposta.



“Numa questão de meses, o Covid-19 deu uma reviravolta na vida de crianças e famílias pelo mundo todo, esforços de quarentena tais como o encerramento de escolas e a limitação de circulação, estão a perturbar a rotina e sistemas de suporte das crianças e igualmente estão  a adicionar também factores de stress a tutores que tenham de renunciar dos seus trabalhos provavelmente”, cita a nota.



O Unicef frisa que no passado já ocorreram taxas crescentes de abuso e exploração de crianças durante emergências de saúde pública, caso do encerramento das escolas durante o surto de Ébola na África Ocidental entre 2014 a 2016, que veio a contribuir para o aumento do trabalho infantil, negligência ,abuso sexual e gravidez na adolescência, tendo atingido 14 mil na Serra Leoa ,mais do que o dobro antes do surto.



Na missiva, a Aliança recomenda que os governos e as autoridades de protecção, tomem medidas concretas para garantir que a protecção de crianças seja parte integrante de todas as medidas de prenvenção e controlo do Covid-19, incluindo treinar os técnicos de saúde na educação e serviços para crianças sobre os riscos a protecção infantil relacionados com a pandemia.



“Treinar equipas de emergências sobre como gerir a divulgação de violência baseada em género, colaborar com os serviços de saúde para apoiar sobreviventes desse tipo de violência, aumentar a partilha de informações sobre serviços de referência e outros de apoio disponíveis as crianças e prestar assistência financeira e material as famílias cujas oportunidades de fontes de rendimento foram afectadas”,foram recomendados pela organização de defesa dos direitos das Crianças.



O documento recomenda ainda as autoridades a implementação de medidas concretas para impedir a separação de crianças das suas famílias e garantir apoio as que estão deixadas sozinhas, sem cuidados adequados devido a hospitalização ou morte de um dos pais ou tutor,bem como garantir que a protecção de todas as crianças seja levada em consideração nas medidas de controle de doenças.

Notabanca; 26.03.2020

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