O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) alertou hoje as autoridades mundiais de que centenas de milhões de crianças, em todo mundo, provavelmente enfrentarão uma ameaça elevada a sua saúde e bem-estar, incluindo maus-tratos, violência baseada em género, exclusão social e separação dos seus tutores devido as acções tomadas para controlar a disseminação da pandemia do Coronavirus (Covid-19).
De acordo
com uma nota enviada hoje à ANG, o Unicef apela aos Governos que assegurem a
segurança e bem-estar dos menores durante intensificação da queda
socioeconómica provocada pela doença, frisando que em colaboração com os
parceiros da Aliança para Proteção da Criança em Ação Humanitária apoiará as
autoridades e organizações envolvidas na resposta.
“Numa
questão de meses, o Covid-19 deu uma reviravolta na vida de crianças e famílias
pelo mundo todo, esforços de quarentena tais como o encerramento de escolas e a
limitação de circulação, estão a perturbar a rotina e sistemas de suporte das
crianças e igualmente estão a adicionar
também factores de stress a tutores que tenham de renunciar dos seus trabalhos
provavelmente”, cita a nota.
O Unicef
frisa que no passado já ocorreram taxas crescentes de abuso e exploração de
crianças durante emergências de saúde pública, caso do encerramento das escolas
durante o surto de Ébola na África Ocidental entre 2014 a 2016, que veio a
contribuir para o aumento do trabalho infantil, negligência ,abuso sexual e
gravidez na adolescência, tendo atingido 14 mil na Serra Leoa ,mais do que o
dobro antes do surto.
Na missiva,
a Aliança recomenda que os governos e as autoridades de protecção, tomem
medidas concretas para garantir que a protecção de crianças seja parte
integrante de todas as medidas de prenvenção e controlo do Covid-19, incluindo
treinar os técnicos de saúde na educação e serviços para crianças sobre os
riscos a protecção infantil relacionados com a pandemia.
“Treinar
equipas de emergências sobre como gerir a divulgação de violência baseada em
género, colaborar com os serviços de saúde para apoiar sobreviventes desse tipo
de violência, aumentar a partilha de informações sobre serviços de referência e
outros de apoio disponíveis as crianças e prestar assistência financeira e
material as famílias cujas oportunidades de fontes de rendimento foram
afectadas”,foram recomendados pela organização de defesa dos direitos das
Crianças.
O documento
recomenda ainda as autoridades a implementação de medidas concretas para
impedir a separação de crianças das suas famílias e garantir apoio as que estão
deixadas sozinhas, sem cuidados adequados devido a hospitalização ou morte de
um dos pais ou tutor,bem como garantir que a protecção de todas as crianças
seja levada em consideração nas medidas de controle de doenças.
Notabanca; 26.03.2020
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