terça-feira, 8 de outubro de 2019

LÍDER E CANDIDATO DO PAIGC FALA SOBRE RIQUEZAS NACIONAIS
"O líder e candidato do PAIG faz importante reflexão sobre as nossas riquezas. Um texto digno de um Líder preocupado com o seu País e com o seu Povo.
Visitei de novo Hamburgo e voltei a deliciar-me com a profusão do azul e do verde, ou melhor, do mar e dos parques. Enquanto africano me confesso revoltado cada vez que me descubro a admirar essas maravilhas da natureza, na Europa e nos Estados Unidos e não em África. Não por nenhuma inveja tola contra o esforço daqueles, mas pela dor de alma por algo que tínhamos e ainda nos resta, mas a que damos tão pouco valor. As florestas urbanas de Hamburgo, são uma exuberância de vegetação, tranquilidade e ordem. Gente de todas as idades, a correr ou a caminhar descontraidamente, a tomar uma sexta ou a fazer um pic-nic no centro da cidade, se deliciando de uma extraordinária qualidade de vida, por combinar as vantagens do modernismo, centros comerciais, restaurantes, grandes edifícios, com a natureza, com água e vegetação.


Perdido nessa reflexão quase inconsciente, fui trazido à atenção, pela resposta do meu anfitrião que afinal respondia a uma pergunta que nem tinha dado conta de formular. Cortar árvores? Nem no seu quintal, quanto mais no espaço público. E, num remate à guigui, “aqui, o orçamento para preservação dos espaços públicos deve ser superior ao orçamento da Educação em Portugal”. Digo a Guigui, porque provavelmente ninguém ira verificar se estes dados estatísticos conferem. Mas na verdade, também porque neste caso será o que menos interessa. A ilustração era para me indicar a dimensão.

Pensei então, na granja de Pessubé que se deflagrou à nossa frente, invadida pela ganância dos novos ricos políticos que a democracia produziu; de Bôr e Gardete devastados; do “Espaço Verde” que vai sobrevivendo a custo e; de Mbatonha que tarda a afirmar-se à custa de muitas resistências. Mas também das bolanhas e canteiros de hortaliças que dantes pintavam Bissau de verde, hoje invadidas por construções que não chegam a fim nem deixam as mães de muitos de nós ganharem o pão para colocar na mesa da família.

Acordei definitivamente da letargia, porque o carro estava a estacionar para o encontro marcado com a comunidade. Era tempo de me compôr e fazer-se pronto para o encontro, mas senti que estava feito. Já havia prometido a mim próprio e estava em condições de assumir o compromisso junto dos meus, de que, eleito Presidente da República, irei trabalhar para voltarmos a ter cidades verdes e bem cuidadas, que nos devolvam o gosto que os cidadãos querem ter, e em parte já tiveram, de estar no centro e desfrutar de paz, harmonia e tranquilidade. Viver de forma decente e digna nas cidades que tanto amamos, simplesmente porque são nossas.

Cidades verdes e azuis na nossa Guiné!

Domingos Simões Pereira
Presidente do PAIGC
Candidato Presidencial"

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