
As entidades religiosas da Guiné-Bissau afirmaram hoje que o Presidente
guineense, José Mário Vaz, vai ouvir os partidos políticos na sexta-feira para
analisar a situação do país."O Presidente informou-nos que na sexta-feira vai fazer consultas com os partidos políticos sobre a situação do país", afirmou o pastor Carlos Quissangué, pastor da Igreja Evangélica, após um encontro com o chefe de Estado guineense na Presidência da República, em Bissau.
Segundo o pastor, que falava em nome das várias comunidades religiosas do país, durante o encontro foi abordada a situação política do país, sublinhando que é preciso os atores "pensarem em mudar a linguagem e tomarem o rumo da paz e desenvolvimento".
Após o encontro, José Mário Vaz reuniu-se com as mulheres facilitadoras do diálogo, que não prestaram declarações à imprensa, e com a comissão para a conferência de reconciliação, liderada pelo padre Domingos da Fonseca.
"Ninguém pode ficar indiferente perante a situação atual. Partilhámos opiniões, há palavras-chaves que nos devem acompanhar, colaboração, sinergia de esforços, para que efetivamente o país possa sair desta situação", afirmou aos jornalistas no final do encontro o padre Domingos da Fonseca.
No final daqueles encontros, o Presidente guineense viajou para a Guiné Equatorial e para a Nigéria, devendo regressar ao país na quinta-feira.
Três meses depois das legislativas de 10 de março, o Presidente guineense continua sem indigitar o primeiro-ministro nem nomear o novo Governo, alegando o impasse para eleição da mesa da Assembleia Nacional Popular (parlamento), que teve início após a tomada de posse dos novos deputados a 18 de abril.
Depois de Cipriano Cassamá, do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), ter sido reconduzido no cargo de presidente do parlamento, e Nuno Nabian, da Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), ter sido eleito primeiro vice-presidente, a maior parte dos deputados guineenses votou contra o nome do coordenador do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), Braima Camará, para segundo vice-presidente do parlamento.
O Madem-G15 recusou avançar com outro nome para o cargo e apresentou uma
providência cautelar para anular a votação, mas que foi recusada pelo Supremo
Tribunal de Justiça.Por outro lado, o Partido de Renovação Social (PRS) reclama para si a indicação do nome do primeiro secretário da mesa da assembleia.
O parlamento da Guiné-Bissau está dividido em dois grandes blocos, um, que inclui o PAIGC (partido mais votado nas legislativas, mas sem maioria), a APU-PDGB, a União para a Mudança e o Partido da Nova Democracia, com 54 deputados, e outro bloco, que juntou o Madem-G15 (segundo partido mais votado) e o PRS, com 48 eleitos.
O Presidente guineense termina o seu mandato a 23 de junho.
Notabanca; 10.06.2019

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