quinta-feira, 11 de abril de 2019

AUDIÇAO DO INSPETOR DA PJ É UMA AUTÊNTICA CORRUPÇÃO À JUSTIÇA PARA PARAR COM INVESTIGAÇÃO 
O inspetor da Polícia Judiciária (PJ) da Guiné-Bissau que está a investigar o desaparecimento de grandes quantidades do arroz doado pela China ao país foi hoje ouvido no Ministério Público, em Bissau, num processo criticado pelos seus advogados.
Para o advogado Paulo Semedo, a audição de Fernando Jorge Barreto "é uma autêntica prevaricação à justiça", enquanto para Augusto da Silva, outro causídico que acompanhou o inspetor da PJ, tratou-se de "um espetáculo deprimente", por parte do Ministério Público (MP).
"É lamentável a conduta do Ministério Público, o que demonstra que há uma clara vontade de proteger alguém. Uma tentativa de ocultar a verdade", sobre o desvio do arroz doado pela China, disse Augusto da Silva, também responsável pela Liga Guineense dos Direitos Humanos.
Os dois advogados não têm dúvidas de que o MP, ao chamar Fernando Barreto, teve como objetivo parar com as investigações que conduz na Polícia Judiciária "para descoberta da verdade" sobre o desvio do arroz doado pela China à Guiné-Bissau.
"Esta é a forma de chamar o meu constituinte para o assustar, para estrangular o processo na PJ para proteger alguém, que nós não sabemos quem é. A mando de quem não sabemos", declarou Paulo Semedo.

Augusto da Silva disse ter decidido acompanhar a audiência de Fernando Barreto para avaliar pessoalmente a "lisura do processo", mas daquilo que assistiu chegou a conclusão de que o MP "forjou os documentos" que apresentou para justificar a convocação do inspetor.
O advogado adiantou que o Ministério Público apresentou "autos de proveniência duvidosa" para invocar que seriam documentos das audiências que a PJ tem estado a conduzir nos inquéritos ao desaparecimento do arroz doado pela China.
De acordo com os advogados, o Ministério Público não decretou nenhuma medida contra Fernando Barreto.
Fernando Barreto esteve no Ministério da Agricultura a ouvir o ministro da Agricultura, Nicolau dos Santos, no âmbito da investigação ao mesmo caso, mas saiu mais cedo para ser ouvido no MP. Notabanca; 11.04.2019

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