Ter razão não justifica fazer justiça com as suas próprias mãos. Fazer alguém falar com estes tipo de metidos, tratamento cruel e desumano é imperdoável e sempre vem a justiça divina.
Notabanca pede desculpas pelas
imagens mas, somos obrigados a trazer a tona o que aconteceu mesmo.
Morreu no final de semana em Luanda, o
cidadão João Alfredo Dala. O mesmo faleceu em consequência de graves ferimentos
causados por uma sessão de 15 horas de tortura desencadeada em 2016, pelo
Serviço de Investigação Criminal (SIC).
Desde então Alfredo Dala nunca melhorou devido as
sequelas que levaram lhe a morte. Ficou com sequelas intestinais, com
graves ferimentos nas costas devido a tortura com recurso a catana. Estava
também com difusão nos órgãos genitais, em consequência da aplicação do método
de tortura em que lhe amarravam um atador no pênis suspenso por um bloco. O
Club-K, teve acesso as imagens do acto da tortura que os próprios oficiais do
SIC fizeram para consumo de diversão.
A quando esteve detido, João Alfredo Dala, por
intermédio de uma reportagem no portal Maka Angola, revelou como foi torturado
pessoalmente por Fernando Manuel Bambi Receado, actual director do SIC de
Luanda – até o deixarem mutilado – para o obrigarem a repetir, em vídeo, uma
confissão que lhe tinham preparado.
“O pastor Cem ordenou ao superintendente Fernando
Receado que me amarrassem no formato de tortura do avião “Kadiembe”. Mas o
chefe de operações do SIC optou antes pela tortura do pénis.
Segundo o então detido, “o Pinto Leite retirou os
atadores dos seus ténis Converse, amarrou os atacadores um ao outro, para o fio
ficar comprido (ver imagens em baixo). O chefe Fernando Receado foi quem
pessoalmente amarrou o fio no meu pénis e foi o primeiro a começar a puxar e a
correr comigo à volta da sala, enquanto o pastor Daniel Cem e o irmão diziam
que eu falaria rápido e todos se riam”.
Esta semana, ao anunciar o seu falecimento, o
defensor dos direitos humanos, Rafael Marques de Morais, acrescentou
que “João Dala
sucumbiu aos ferimentos e às consequências da tortura
de 15 horas seguidas que lhe foi pessoalmente administrada por altos
responsáveis do Serviço de Investigação Criminal (SIC), a 5 de dezembro de
2016. Desde então, como me contou quando o entrevistei e sempre que nos
encontrámos, só conseguia dormir sentado, com as pernas esticadas, para aliviar
as dores. Os médicos cubanos e angolanos que tentaram em vão salvá-lo, na mesa
de operações do Hospital Central de Malanje em Amgola, perguntaram à família se
o malogrado tinha sofrido um acidente ou um acto de tortura. A família relatou
então aos médicos o sadismo dos homens do SIC”.
Ana Dala, irmã do falecido, explicou ao Maka Angola
que o seu irmão teve de ser inicialmente internado no Hospital Josina Machel,
sob falsa identidade, “porque os homens do SIC perseguiam-no para matá-lo”.
Nesse hospital, foi “abandalhado”. A família optou por levá-lo a Malanje, sua
terra natal, onde contavam com a simpatia de alguns médicos, “em vão”.
Apesar de varias denuncias públicas, as autoridades angolanas nunca abriram um inquérito contra os oficiais, Fernando Manuel Bambi e Lourenço Ngola Kina, responsáveis pela tortura que levou a morte João Dala.
Em Abril passado, o ministro do Interior, Ângelo de
Barros Veiga Tavares propôs ao Presidente da República,
João Lourenço, a promoção destes dois especialistas em tortura, ao grau de
Sub-Comissário de Investigação Criminal. O Primeiro foi nomeado diretor do SIC
em Luanda e o segundo colocado com as mesmas funções na província do Uíge.
A PGR do general Hélder Pita Gros também ignorou as
sucessivas denúncias.
Assim mesmo vai o mundo.
Notabanca; 12.09.2018
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