terça-feira, 11 de setembro de 2018

ONU APOIA CINCO PROJETOS DE CONSOLIDAÇÃO DA PAZ NA GUINÉ-BISSAU 
O Fundo de Consolidação da Paz das Nações Unidas (PBC) vai apoiar cinco novos projectos de desenvolvimento, da estabilidade, comunicação social, dos líderes rurais e justiça restaurativa, para formar lideres nas comunidades, garantir a independência dos media e incentivar a participação da sociedade civil na construção da Paz na Guiné-Bissau. 
Em entrevista à ONU News, em Bissau, a coordenadora do Fundo para a Consolidação da Paz, Janet Murdock, disse que os novos projetos vão reforçar as estruturas humanas que já se encontram no terreno.
"Muitas pessoas consideram o desenvolvimento e a paz como sinónimos, se não há paz significa que não existe desenvolvimento e vice-versa", diz Murdock.


 Ainda afirmou que na primeira fase do projeto de consolidação da paz na Guiné-Bissau, foi investido muito dinheiro nas infraestruturas, a título de exemplo, citou a construção das casernas militares, frisando que actulamente não se vê o resultado disso.


 Declarou que a consolidação da paz como vemos hoje em dia, está mais ligada ao fortalecimento das infraestruturas humanas, que é o interior das pessoas, que  permite para que os seus desenvolvimentos sejam sustentáveis.



Janet defendeu que é preciso reforçar medidas junto aos resultados dos primeiros anos do projeto, aumentando a percepção sobre o que é a consolidação da paz e focando neste cinco novos projectos.



A coordenadora do Fundo para Consolidacao da Paz questiona  como é que vai haver desenvolvimento se as pessoas não têm a capacidade de negociar, de dar a palavra, de ser confiável, responsáveis, hábeis em negociar de boa-fé para chegar a um acordo e de fazer consensos.



Este responsável ainda salientou que a consolidação da paz deve focar-se mais em desenvolver essas capacidades humanas para que haja relacionamentos fortes.

“Os projetos estão muito mais focalizados em criar essas capacidades internas das pessoas do que em construções das infraestruturas e reabilitações”, referiu.



Disse ainda que a promoção do diálogo político nacional que levarão a cabo, pretende envolver mais setores guineenses com o apoio de parceiros internacionais, nomeadamente, o PNUD e o Departamento dos Assuntos Políticos da Gabinete Integrado para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau, Uniogbis e que querem mobilizar a participação das mulheres, da juventude e da sociedade civil para o processo de estabilização do país.

E também para permitir que a sociedade civil tenha a voz no pacto de estabilidade que será assinado pelos atores políticos para acabar com o ciclo de instabilidade governativa.





No sector da estabilidade, segundo ela, a meta do projecto é garantir a estabilidade política e institucional em que se promova uma mudança de baixo para cima e não ao contrário, acrescentando que as duas agências trabalham com 40 organizações com mais protagonismos no processo da estabilidade do país.



A coordenadora do Fundo para a Guiné-Bissau disse ainda que o projeto apoia as autoridades guineenses na realização da Conferência Nacional sobre a reconciliação para viabilizar um modelo para a reconciliação dos guineenses.



Para o sector dos media, o Fundo para a Consolidação da Paz quer garantir a maior independência dos órgãos de comunicação social para evitar conflitos e possibilitar a sua participação  na construção de paz.



Lembrou ainda que na capital guineense e no interior do país, decorre um projeto que pretende garantir a independência económica dos órgãos de comunicação social, frisando que a meta é que estes sejam mais autónomos durante e após o período eleitoral.



Disse que se baseia na formação dos jornalistas para a produção de novos conteúdos, que não gerem conflitos.





Sobre os líderes rurais, Janete disse que nas regiões de Cacheu e Gabu, um projeto da PBC incentiva a liderança dos jovens que vivem no campo, salientando que a ideia é que os formandos criem uma rede de formadores que serão capazes de administrar formação.



“Os objetivos do projecto neste sector, é de formar os jovens do campo para administrar os seus recursos naturais, resolver conflitos, género e temas que vão permitir o debate de jovens e seu envolvimento na vida política do país”, frisou.



Afirmou que a ideia é permitir que estes também tomem decisões e ajudem a preservar recursos naturais da sua comunidade.



Janet Murdock disse ainda que o projecto pretende alfabetizar mais mulheres e jovens para que possam participar em decisões nas suas comunidades.



"Haverá formação das alas jovens dos partidos políticos antes das eleições previstas para o mês de novembro. O objetivo é proporcionar um espaço de reflexão sobre o que realmente a juventude quer para este país e como contribuir para a comunidade, independentemente das cores partidárias ou de quem vier a ganhar eleições”, disse a concluir.

Notabanca; 11.09.2018

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