
O presidente
do parlamento guineense, Cipriano Cassamá, denunciou hoje ameaças de invasão à
Assembleia Nacional Popular por parte de apoiantes do chefe de Estado, José
Mário Vaz, do Partido de Renovação Social e do grupo dos 15."A absurda crise político-institucional que abala a Guiné-Bissau há mais de dois anos estava circunscrita a debates e troca de argumentos de parte a parte. Contudo, de algum tempo a esta parte, a Assembleia Nacional Popular tem vindo a sofrer ameaças de invasões da sua sede por parte de apoiantes do Presidente da República, do PRS e do grupo dos 15 dissidentes expulsos do PAIGC, assim como as sedes de alguns partidos", refere, em comunicado à imprensa.
"A 01 de novembro, mais um alarme preocupante de possível violação da sede da ANP soou junto das forças de ordem e, na sequência do comunicado emitido pelo ministro de Estado e do Interior, foram acionadas medidas especiais de segurança junto às instalações" do parlamento, assim como junto à "sede de uma formação política".
Para o presidente do parlamento Cipriano Cassamá, "todos estes atos contrários à ordem estabelecida num Estado de Direito democrático estão a ser desencadeados por parte das hostes do Presidente da República, do PRS e do grupo dos 15, colocando as partes visadas na necessidade de se proteger e defender, perante a ausência de medidas preventivas e dissuasoras desses intentos".
No comunicado, Cipriano Cassamá lamenta que apesar da "escalada da tensão na crise guineense", a comunidade internacional continue em "silêncio", o que considera estranho, porque a sua missão é a de "proporcionar paz e estabilidade aos guineenses".
O presidente do parlamento guineense apela à calma, serenidade e espírito de civismo de todos os cidadãos guineenses, salientando que vai continuar a tomar "todas as diligências necessárias para encontrar uma solução para a crise prevalecente no país", que passa pela aplicação do Acordo de Conacri.
O atual Governo da Guiné-Bissau, liderado por Umaro Sissoco Embaló, assim como o Presidente, José Mário Vaz, não têm o apoio do partido que ganhou as eleições com maioria [PAIGC] e o impasse político tem levado vários países e instituições internacionais a apelarem a um consenso para a aplicação do Acordo de Conacri.
O Acordo de Conacri, patrocinado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), prevê a formação de um governo consensual integrado por todos os partidos representados no parlamento e a nomeação de um primeiro-ministro de consenso e da confiança do chefe de Estado, entre outros pontos.
Notabanca;
06.11.2017
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