PRISÃO
PREVENTIVA PARA SETE POLÍCIAS DA GUINÉ-BISSAU SUSPEITOS DE HOMICÍDIO
Um juiz de instrução criminal de Bissau decretou prisão preventiva para sete
agentes da Polícia de Ordem Pública (POP) suspeitos de terem assassinado um
homem de 34 anos, anunciou hoje a Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH).
"A LGDH registou com bastante satisfação o despacho do juiz",
refere em comunicado a organização.
Segundo a liga, de acordo com o despacho, um dos polícias confessou ter dado
ordens aos colegas de corporação da 5.ª Esquadra de Bissau para torturarem a
vítima, Sadjo Baldé, na noite de 22 de janeiro.
A vítima foi imobilizada e espancada, "vindo a falecer no itinerário
para o Hospital Simão Mendes", também na capital.
O homem de nacionalidade guineense tinha sido detido por furto, após queixa
apresentada pela família.
"Práticas reiteradas de tortura perpetradas impunemente pelos agentes
da polícia têm de ser erradicadas da Guiné-Bissau, através da perseguição
judicial e disciplinar dos criminosos", refere a LGDH.
A organização considera este despacho como "um aviso sério à
corporação, desde [o topo] da hierarquia até ao último soldado".
No final de 2016, a liga denunciou o espancamento de um jornalista, Ismael
Bari, e de um motorista, Júlio Diouf, que terá sido praticado por agentes da
Guarda Nacional, "sem que os autores tenham sido responsabilizados
criminal ou disciplinarmente".
Em 2015, agentes da esquadra de polícia de Bissorã, centro do país, foram
condenados a cinco e sete anos de prisão por torturarem até a morte Tchutcho
Mendonça, 37 anos, mas ainda não cumpriram as penas.
A Liga pede ainda que sejam apuradas responsabilidades noutros três casos de
morte, após agressões policiais, em 2010, 2011 e 2014.
Notabanca; 02.02.2017
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