Uma mulher de 24 anos entrou no bloco operatório a esvair-se em sangue.
Morreu em 20 minutos numa mesa de operações do Hospital Simão Mendes, em
Bissau, vítima da urgência mais comum no país: um parto que requer cesariana.A taxa de mortalidade materna do país é a maior do mundo lusófono: morrem 549 mulheres por cada cem mil nascimentos (em Portugal são dez por cada cem mil, dados da Organização Mundial de Saúde de 2015).
A maioria dos partos acontece sem um profissional qualificado, acompanhamento que só é uma realidade para 45% das mães, segundo os dados do Inquérito aos Indicadores Múltiplos (MICS) de 2014.
Na sala de operações, "às vezes pede-se uma epinefrina [estimulante cardíaco] e não há ou o carro de reanimação não está completo ou faltam medicamentos e tudo isso é fundamental para uma anestesia em segurança", descreve, ao falar dos sobressaltos que o consomem, Disse a Lusa.
Mais difícil ainda vai ser o trabalho dos técnicos em anestesia que está a formar, que podem ter que improvisar com menos meios do que na capital.
"São precisos mais especialistas e mais recursos", acrescenta Soto.
Para já, em abril de 2017, haverá mais 35 técnicos em anestesia para darem esperança numa frente renovada de combate à mortalidade materno-infantil fazendo mais cesarianas nas regiões.
Notabanca;08.01.2017

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