
Fatumata Baldé, antiga ministra dos negócios Estrangeiros guineense,
mostrou-se "feliz e convencida" em como "pouco a pouco" as
comunidades começam a perceber que a MGF "é
uma prática nociva à saúde da mulher e das raparigas e que não tem nada a ver
com a religião".A presidente do comité para o abandono das práticas nefastas à saúde da mulher e criança (instituição criada pelo Estado guineense) realçou o simbolismo do anúncio feito pela população das 40 aldeias pelo facto de serem localidades com acentuada presença de costumes islâmicos.
A vila de Quebo, principal posto administrativo da zona onde foi declarado o
abandono da prática da mutilação genital feminina, é um conhecido centro de
aprendizagem do Alcorão (livro religioso dos muçulmanos) e alguns líderes deste
centro têm-se vindo a posicionar contra a lei que criminaliza a prática.Um líder religioso de Quebo, Rachide Djaló, anunciou publicamente que vai liderar uma campanha de recolha de assinaturas para pedir ao Parlamento que anule a lei que proíbe a MGF, que considera "uma determinação islâmica".
O Parlamento guineense aprovou, em junho de 2011, a lei que criminaliza a prática, mas são raras as autoras da excisão julgadas e condenadas na justiça.
Notabanca; 07.12.2016
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