O Presidente
da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, afirmou hoje que o país tem embaixadas a mais
e que é urgente fechar algumas para melhor responder às necessidades e
possibilidades financeiras do Estado guineense.
Para o líder
guineense, que falava na abertura da quarta conferência dos embaixadores da
Guiné-Bissau que decorre na localidade de Uaque, a 50 quilómetros de Bissau, o
país não pode continuar a ter "embaixadas em todas as esquinas"
quando podia abrir representações diplomáticas, disse.
A
Guiné-Bissau conta com cinco embaixadas em África: Argélia, Guiné-Conacri,
Gâmbia, Senegal e Marrocos, seis na Europa: Alemanha, Bélgica, Espanha, França,
Portugal e Rússia, três no continente americano: Cuba, Brasil e Estados Unidos,
e duas embaixadas na Ásia: China e Irão.
"Em vez
de termos quatro ou cinco missões diplomáticas e equipá-las com todas as
condições que a representação exige, dignificando assim as funções do
embaixador (...) optamos por abrir embaixadas em todas as esquinas, sem que o
país esteja preparado quer intelectualmente quer financeiramente para
tal", afirmou José Mário Vaz.
Para o
Presidente guineense, "é preciso que o país tenha coragem e reduza o
número de embaixadas" em função dos recursos disponíveis, o que, disse,
passará pelo encerramento das embaixadas consideradas desnecessárias, fixar o
número do pessoal preciso e mandar de volta para casa os excedentários.
José Mário
Vaz sublinhou que as chancelarias atuais "são inapropriadas", que as
viaturas e as residenciais que servem o pessoal diplomático "não
dignificam" os que aí trabalham e nem o próprio país, disse.
"Tudo
isso é fruto da nossa própria desorganização. Não se adequa os serviços a real
situação do país", defendeu Mário Vaz, apontando para novos objetivos em
termos gerais e estratégicos naquilo que são as funções do pessoal diplomático.
Para o chefe
de Estado guineense, os novos objetivos devem passar pela mobilização de fundos
e captação de investimentos externos para o país, incentivo aos emigrantes para
o envio das suas poupanças para o país, recenseamento dos cidadãos aí
residentes, maior e melhor intervenção do pessoal diplomático na comunicação
social do país acreditado e fornecimento de mais informações sobre a situação
dos países onde se encontram a trabalhar.
Mário Vaz
diz que quer uma diplomacia "mais hábil, ativa e eficiente" e aguarda
que até Novembro terá em mãos um plano estratégico para por em marcha.
Também pediu
uma "atenção especial" do pessoal diplomático em relação aos
emigrantes guineenses que disse serem a principal razão da existência das
representações do país no exterior.
Até domingo,
34 embaixadores, entre os que se encontram em missão no exterior e os que não
estão colocados, debruçam-se sobre que estratégias para servir melhor o
desenvolvimento do país e como dignificar ainda mais a carreira diplomática.
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