segunda-feira, 29 de agosto de 2016

ACTO DE LANÇAMENTO DO LIVRO "A BATALHA DOS VIVOS" 

No mundo da literatura e a republica da Guiné-Bissau se enriqueceu com mais um talentoso escritor, que acaba de publicar a sua primeira obra literária em Lisboa com o título A BATALHA DOS VIVOS.
Samba Bari do seu nome, cujo a obra acaba de ser lançada no Hotel Zurique em Lisboa no dia 27/08/2016, perante uma plateia repleta de assistência.
Portugueses, guineenses e mais um pouco de cada país da comunidade lusófona acudiram para ouvir as palavras sabias do apresentador/moderador Dr Afonso Gomes, da lúcida entoação do resumo biográfico do autor na voz de Luciano Óscar Pereira, assim como a narração distinta e inteligente do próprio autor na justificação das razões  que o levou aparecer no mundo da escrita e o porquê A BATALHA DOS VIVOS como título desse primeiro trabalho. 

Daí que no uso das palavras, Samba Bari deixou essas palavras transcritas no texto abaixo:

Eu entendo que a apresentação desta obra literária, independentemente do seu conteúdo ou do género literário em que se enquadra, deve ter como objectivo principal, não somente a sua divulgação ou a sua simples amostra aos leitores, mas antes deverá constituir-se num encontro de comunicação e de partilha, num momento de explicação estimulante e estimuladora, num envolvimento recíproco do autor, apresentador e leitores, na demonstração interessante que possa motivar os participantes para uma adesão, em termos de leitura, à obra em causa.

Tentei narrar sobre a história dos 43 anos da independência do nosso País, disponibilizando uma obra que pode ser transversal sobre grandes temas de actualidade da vida colectiva dos guineenses.

O objectivo das ideias transformadas em escrita são para manifestar a minha preocupação e tristeza perante aquilo que se passa na minha terra, mas também realçar a importância do respeito e da humildade, da absoluta necessidade de entendimento e reconciliação, que me leva a fazer um veemente e sentido apelo à unidade e à tolerância

Quando comecei a preparar as minhas ideias, desfilaram perante mim os momentos passados, do país onde nasci, onde cresci, das histórias contadas, das outras que vivi e que ainda continuo viver. 

Tudo isso fez crescer em mim a vontade de expor as memórias do passados associado com os factos do presente para partilhar com todas e com todos as minhas impressões. 
Logo ao decidir avançar com a primeira letra escrita nesta obra, a inspiração continua me pareceu ser um génio que nascera para escrever sem dificuldades. 
Isto porque, enquanto vou encontrando cada palavra que escrevo, sinto a sua importância como o próprio sangue correndo nas minhas veias. Tudo isso amassado com suor e com lágrimas, bem misturadas com amargura e, por vezes, remorso de não ter mais tempo para dedicar à escrita.

Mas o sentimentos de patriotismo e o meu grande interesse de participar na construção da minha pátria, nunca me deixaram com uma tranquilidade moral de estar quieto, calado e distante do que se passa. 

Olhando pelos anos de chumbo que tornaram muita gente, fisicamente mais velha, ainda bastante nova de idade. 

Essa tempestade de raiva, de pena e de preocupação, que há longo tempo me avassala, é a razão principal da minha inspiração, dando me uma forte capacidade de escrever. 

Pois sinto a sua utilidade, e uma forte esperança de poder ser capaz de despoletar na contra parte de leitura uma reacção séria, uma verdadeira identificação com a tentativa para transformar ódios e ressentimentos em paz e fraternidade.
Tudo isso me leva assegurar que de nunca vou sentir culpado, ou que essa carga era para outra pessoa e não para mim

Obra: Didáctica com forte componente sociológica
A obra trás um trabalho de pesquisa de datas históricas importantes, das quais não podiam passar a margem de retratar o comportamento principalmente dos políticos, dos militares em particular e da sociedade civil em geral.  Desde da independência a esta parte, colocando ao alcance do leitor factos probatório da narrativa explicativa das causas de inúmeros conflitos armados, desmandos, prisões arbitrárias e várias convulsões sociais da Guiné Bissau. 
Mas para mim, devido a disponibilidade de um historial de datas e factos importantes, considero a obra como didáctica com forte componente sociológica.
Porque as datas marcam o tempo da ocorrência real dos factos desenvolvidos em forma resumida, dos quais são e continuaram ser extremamente importantes para a geração estudantil de todos os tempos.
Enquanto que os aconselhamentos ai associados também são e serão util ao longo de muitas gerações na Guiné-Bissau
EXPLICAÇÃO DO TÍTULO 
Posto isto, adianto dizer que, a porta principal de entrada ou o factor instigador de curiosidade para ler um livro se centra no titulo. Pois essa escrita que nos aparece na capa é o foco atractivo de se descortinar o segredo interno.

Com isso, quero deixar claro de que estou ciente da curiosidade que a frase "A Batalha do vivos" estará a despertar curiosidade não só para os que conhecem a Guiné-Bissau, mas sobretudo aos que conhecem a Guiné-Bissau e a sua realidade politico-social, militar e económico...

O título “A batalha dos vivos” é inspirado, no bom sentido do termo: uma inspiração tranquila que visa impulsionar  simplesmente um raciocínio profundo, daquilo em que consiste ser um simples cidadão ou cidadã, mas também o que deve ser procedimentos de um governante ou estadista; em relação a um país tão fraco, pobre e pequeno. "Guiné-Bissau"

Se fizermos um pequeno exercício de voltar para trás e de rever os anos que já lá vão, desde a resistência perante o colonialismo, aos anos pós independência com partido único, à instauração da democracia e tentativas da sua consolidação. Verificamos que afinal estamos perante batalha dura, e por vezes ingrata.
Ingrata porque desde que a republica da Guiné Bissau foi declarado de soberano e independente, o país e toda a população tornaram-se pendentes e cada vez mais dependentes, a espera do entendimento constantemente adiado.
Ainda hoje continuamos a ter de lutar para conseguir o entendimento, para estabilizar este nosso país que praticamente nunca teve nada e que continua a tentar sobreviver, pelo meio da devastação total, devido à incompreensão mútua e às muitas divergências, que afectam o nosso viver e sentir colectivo.
Uma República com mais de quatro décadas de existência e mais de vinte anos de democracia, continua ainda um país desacreditado, que nunca conseguiu arrancar ou sequer assistir ao termo de um único mandato de qualquer órgão de soberania, fosse de um Governo ou de um Presidente da República, já para não falar do poder autárquico, que nunca chegou a ser empossado.

É uma batalha renhida, mas que todos os guineenses terão de assumir e enfrentar

Mas para tudo isso, de forma alguma se pode contar com quem não estiver no mundo dos vivos, por mais competente, por mais estadista empenhado ou por mais revolucionário activo que essa pessoa possa ter sido um dia. 

De uma ou de outra maneira, só a pessoa viva consegue estar à altura de combater ou ultrapassar o que quer que seja, razão pela qual se deve preservar a vida e valorizar a pessoa humana. 

Porque um ser humano, por mais saber e poder que possa ter, tem limitação e está condenado ao desaparecimento físico. 
Daí a importância de precaução, para quando a morte chegar para nos forçar a abandonar esse campo de batalha dos vivos, é bom que tenha uma consciência tranquila para enfrentar esse último passo levando na bagagem o sentimento do dever cumprido. Daí o título “A batalha dos vivos”.

Para terminar, gostaria de dizer a todos de que, a opção de escrever este livro é a prova de querer partilhar com todos, tudo o que penso e tudo o que quero, num documento vital e precioso que a partir de hoje está a disposição publica.
Porque afina eu tenho consciência de que:
Os livros são parte importantíssima para a transformação das pessoas e do mundo num lugar melhor.
Livros são os mais silenciosos e constantes amigos;
Livros são os mais acessíveis e sábios conselheiros;
Livros são os mais pacientes professores que temos.
Para terminar:
Aconselho a todos/as aquisição e leitura da minha/nossa obra "A Batalha do vivos"
Porque, a pessoa que lê, compreende melhor o que acontece à sua volta e sente mais intensamente o que lhe acontece.

 Muito obrigado a todos

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