ACTO DE LANÇAMENTO DO LIVRO "A BATALHA DOS VIVOS"
No
mundo da literatura e a republica da Guiné-Bissau se enriqueceu com
mais um talentoso escritor, que acaba de publicar a sua primeira obra
literária em Lisboa com o título A BATALHA DOS VIVOS.
Samba Bari do seu
nome, cujo a obra acaba de ser lançada no Hotel Zurique em Lisboa no dia
27/08/2016, perante uma plateia repleta de assistência.
Portugueses,
guineenses e mais um pouco de cada país da comunidade lusófona acudiram
para ouvir as palavras sabias do apresentador/moderador Dr Afonso Gomes,
da lúcida entoação do resumo biográfico do autor na voz de Luciano
Óscar Pereira, assim como a narração distinta e inteligente do próprio
autor na justificação das razões que o levou aparecer no mundo da
escrita e o porquê A BATALHA DOS VIVOS como título desse primeiro
trabalho.
Daí que no uso das palavras, Samba Bari deixou essas palavras transcritas no texto abaixo:
Eu entendo que a
apresentação desta obra literária, independentemente do seu conteúdo ou
do género literário em que se enquadra, deve ter como objectivo
principal, não somente a sua divulgação ou a sua simples amostra aos
leitores, mas antes deverá constituir-se num encontro de comunicação e
de partilha, num momento de explicação estimulante e estimuladora, num
envolvimento recíproco do autor, apresentador e leitores, na
demonstração interessante que possa motivar os participantes para uma
adesão, em termos de leitura, à obra em causa.
Tentei
narrar sobre a história dos 43 anos da independência do nosso País,
disponibilizando uma obra que pode ser transversal sobre grandes temas
de actualidade da vida colectiva dos guineenses.
O objectivo das
ideias transformadas em escrita são para manifestar a minha preocupação e
tristeza perante aquilo que se passa na minha terra, mas também realçar
a importância do respeito e da humildade, da absoluta necessidade de
entendimento e reconciliação, que me leva a fazer um veemente e sentido
apelo à unidade e à tolerância
Quando comecei a
preparar as minhas ideias, desfilaram perante mim os momentos passados,
do país onde nasci, onde cresci, das histórias contadas, das outras que
vivi e que ainda continuo viver.
Tudo isso fez
crescer em mim a vontade de expor as memórias do passados associado com
os factos do presente para partilhar com todas e com todos as minhas
impressões.
Logo ao decidir
avançar com a primeira letra escrita nesta obra, a inspiração continua
me pareceu ser um génio que nascera para escrever sem dificuldades.
Isto
porque, enquanto vou encontrando cada palavra que escrevo, sinto a sua
importância como o próprio sangue correndo nas minhas veias. Tudo isso
amassado com suor e com lágrimas, bem misturadas com amargura e, por
vezes, remorso de não ter mais tempo para dedicar à escrita.
Mas o sentimentos
de patriotismo e o meu grande interesse de participar na construção da
minha pátria, nunca me deixaram com uma tranquilidade moral de estar
quieto, calado e distante do que se passa.
Olhando pelos anos de chumbo que tornaram muita gente, fisicamente mais velha, ainda bastante nova de idade.
Essa tempestade de
raiva, de pena e de preocupação, que há longo tempo me avassala, é a
razão principal da minha inspiração, dando me uma forte capacidade de
escrever.
Pois sinto a sua
utilidade, e uma forte esperança de poder ser capaz de despoletar na
contra parte de leitura uma reacção séria, uma verdadeira identificação
com a tentativa para transformar ódios e ressentimentos em paz e
fraternidade.
Tudo isso me leva assegurar que de nunca vou sentir culpado, ou que essa carga era para outra pessoa e não para mim
Obra: Didáctica com forte componente sociológica
A obra trás um
trabalho de pesquisa de datas históricas importantes, das quais não
podiam passar a margem de retratar o comportamento principalmente dos
políticos, dos militares em particular e da sociedade civil em geral.
Desde da independência a esta parte, colocando ao alcance do leitor
factos probatório da narrativa explicativa das causas de inúmeros
conflitos armados, desmandos, prisões arbitrárias e várias convulsões
sociais da Guiné Bissau.
Mas para mim,
devido a disponibilidade de um historial de datas e factos importantes,
considero a obra como didáctica com forte componente sociológica.
Porque as datas
marcam o tempo da ocorrência real dos factos desenvolvidos em forma
resumida, dos quais são e continuaram ser extremamente importantes para a
geração estudantil de todos os tempos.
Enquanto que os aconselhamentos ai associados também são e serão util ao longo de muitas gerações na Guiné-Bissau
EXPLICAÇÃO DO TÍTULO
Posto isto, adianto
dizer que, a porta principal de entrada ou o factor instigador de
curiosidade para ler um livro se centra no titulo. Pois essa escrita que
nos aparece na capa é o foco atractivo de se descortinar o segredo
interno.
Com
isso, quero deixar claro de que estou ciente da curiosidade que a frase
"A Batalha do vivos" estará a despertar curiosidade não só para os que
conhecem a Guiné-Bissau, mas sobretudo aos que conhecem a Guiné-Bissau e
a sua realidade politico-social, militar e económico...
O título “A batalha
dos vivos” é inspirado, no bom sentido do termo: uma inspiração
tranquila que visa impulsionar simplesmente um raciocínio profundo,
daquilo em que consiste ser um simples cidadão ou cidadã, mas também o
que deve ser procedimentos de um governante ou estadista; em relação a
um país tão fraco, pobre e pequeno. "Guiné-Bissau"
Se fizermos um
pequeno exercício de voltar para trás e de rever os anos que já lá vão,
desde a resistência perante o colonialismo, aos anos pós independência
com partido único, à instauração da democracia e tentativas da sua
consolidação. Verificamos que afinal estamos perante batalha dura, e por
vezes ingrata.
Ingrata
porque desde que a republica da Guiné Bissau foi declarado de soberano e
independente, o país e toda a população tornaram-se pendentes e cada
vez mais dependentes, a espera do entendimento constantemente adiado.
Ainda
hoje continuamos a ter de lutar para conseguir o entendimento, para
estabilizar este nosso país que praticamente nunca teve nada e que
continua a tentar sobreviver, pelo meio da devastação total, devido à
incompreensão mútua e às muitas divergências, que afectam o nosso viver e
sentir colectivo.
Uma República com
mais de quatro décadas de existência e mais de vinte anos de democracia,
continua ainda um país desacreditado, que nunca conseguiu arrancar ou
sequer assistir ao termo de um único mandato de qualquer órgão de
soberania, fosse de um Governo ou de um Presidente da República, já para
não falar do poder autárquico, que nunca chegou a ser empossado.
É uma batalha renhida, mas que todos os guineenses terão de assumir e enfrentar
Mas para tudo isso,
de forma alguma se pode contar com quem não estiver no mundo dos vivos,
por mais competente, por mais estadista empenhado ou por mais
revolucionário activo que essa pessoa possa ter sido um dia.
De uma ou de outra
maneira, só a pessoa viva consegue estar à altura de combater ou
ultrapassar o que quer que seja, razão pela qual se deve preservar a
vida e valorizar a pessoa humana.
Porque um ser humano, por mais saber e poder que possa ter, tem limitação e está condenado ao desaparecimento físico.
Daí
a importância de precaução, para quando a morte chegar para nos forçar a
abandonar esse campo de batalha dos vivos, é bom que tenha uma
consciência tranquila para enfrentar esse último passo levando na
bagagem o sentimento do dever cumprido. Daí o título “A batalha dos
vivos”.
Para
terminar, gostaria de dizer a todos de que, a opção de escrever este
livro é a prova de querer partilhar com todos, tudo o que penso e tudo o
que quero, num documento vital e precioso que a partir de hoje está a
disposição publica.
Porque afina eu tenho consciência de que:
Os livros são parte importantíssima para a transformação das pessoas e do mundo num lugar melhor.
• Livros são os mais silenciosos e constantes amigos;
• Livros são os mais acessíveis e sábios conselheiros;
• Livros são os mais pacientes professores que temos.
Para terminar:
Aconselho a todos/as aquisição e leitura da minha/nossa obra "A Batalha do vivos"
Porque, a pessoa que lê, compreende melhor o que acontece à sua volta e sente mais intensamente o que lhe acontece.
Muito obrigado a todos
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