PLS concorre apenas no Círculo 8 devido ao incumprimento da Lei Eleitoral
O Partido da Libertação Social (PLS) participa nas eleições legislativas de 23 de Novembro apenas no Círculo Eleitoral n.º 8, concretamente o sector de Mansoa e Nhacra, por não ter conseguido cumprir as exigências legais para apresentar listas em todos os círculos do país.
A informação foi avançada hoje em entrevista exclusiva à
ANG pelo vice-presidente do partido, Mussum Nanduk, que reconheceu
dificuldades internas na preparação das candidaturas.
De acordo com o dirigente, a lei obriga cada formação
política a apresentar listas completas, compostas por membros efetivos e
suplentes, frisando que o PLS não conseguiu reunir o número mínimo de suplentes
em vários círculos, o que inviabilizou a sua candidatura a nível nacional.
Mussum Nanduk admitiu que esta limitação
reduz as possibilidades de o partido sair como
vencedor das eleições legislativas.
Nanduk afirmou que, por essa razão, o PLS concentra agora
todos os seus esforços no círculo 8, com o objetivo de eleger até quatro
deputados.
Instado apresentar as linhas programáticas, o
vice-presidente do Partido da Libertação Social, descreveu a
situação do país como “doente”, defendendo reformas profundas em todos os
setores, com destaque para a justiça, que considera essencial para o progresso
nacional.
Afirmou que a prevalência de atos de corrupção na
administração pública resulta do mau funcionamento do sistema judicial.
O dirigente politico defendeu ainda uma
justiça social baseada na distribuição equitativa dos recursos do Estado,
criticando a utilização do erário público para alimentar conflitos políticos e
sucessivos processos eleitorais.
Para além do sector judicial, Mussum
Nanduk indicou os sectores da educação, agricultura e saúde entre as
prioridades.
No setor da educação, de acordo com Nanduk, o
PLS promete reforçar a formação dos professores e melhorar as condições de
trabalho e salariais, visando a criação de um sistema capaz de formar quadros
qualificados.
Acrescentou que o partido defende uma reforma profunda,
desde o ensino pré-escolar até ao 12.º ano, incluindo investimentos em
infraestruturas escolares.
Aquele político disse que a agricultura surge como uma
das principais prioridades do programa do PLS, tendo em conta o seu peso na
dieta alimentar dos guineenses.
Disse que por essa razão defende a mecanização
do setor e critica o volume de produtos importados do Senegal, tais como
repolho, tomate e outros bens essenciais.
Para Mussum Nanduk, os recursos utilizados nas campanhas
politicas deveriam ser canalizados para a aquisição de máquinas que
aumentassem a produção agrícola interna.
O dirigente lamentou ainda o abandono das fábricas de
transformação de caju construídas no âmbito da cooperação com a Líbia,
alertando para o risco de deterioração dos equipamentos e perda de
investimentos avaliados em milhões de dólares ou francos CFA.
Questionado sobre como pretende financiar a mecanização
agrícola, Mussum Nanduk se referiu a parcerias internacionais, nomeadamente com
a República Popular da China, e o Japão, e a utilização das receitas
provenientes da emissão de licenças de pesca.
No domínio da saúde, o PLS considera “inaceitável” a
situação de sucessivas greves no país, tendo criticado a incapacidade do
governo em resolver os conflitos laborais.
Considerou de “indignas” as condições de atendimento,
incluindo casos de pacientes deixados no chão em algumas unidades
hospitalares, por causa da
greve em curso no sector de saúde. Nanduk destacou que as reivindicações dos
profissionais são centradas no pagamento de salários e melhoria das condições
de trabalho, e que deveriam ser prioridade do Executivo.
O PLS promete ainda apostar no turismo como motor para
dinamizar a economia, criar emprego e reduzir o recurso ao endividamento
externo, nomeadamente através do Banco Mundial e Fundo Monetário
Internacional.
Sobre a atual governação, Mussum Nanduk classificou-a como “uma das
piores”, devido aos sucessivos episódios de instabilidade política, acusações
de tentativas de golpe de Estado e interrupção de mandatos saídos
das eleições legislativas
Notabanca; 17.11.2025

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