domingo, 16 de novembro de 2025

19 MORTOS DOS QUAIS SEIS MENORES NUM BOMBARDEAMENTO MILITAR NA COLÔMBIA

Pelo menos seis das 19 pessoas mortas num recente bombardeamento militar contra dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) no Estado de Guaviare, no centro-sul do país, eram menores de idade, anunciou este sábado a Procuradoria Pública da Colômbia.

A Procuradoria apelou ao respeito pelo direito internacional humanitário, sublinhando, contudo, que a responsabilidade final pelas mortes recai sobre os grupos armados que recrutam estes jovens.

Num comunicado, a procuradora Íris Marín descreveu a situação como “deplorável” e denunciou o impacto da guerra sobre os mais vulneráveis: “É a guerra no seu doloroso e desumano desdobramento, que afeta os mais vulneráveis, como menores recrutados por falta de proteção e agora transformados em alvos militares”.

Os ataques militares foram ordenados esta semana pelo presidente colombiano, Gustavo Petro, e visaram dissidentes das FARC comandados por Néstor Vera, conhecido como Iván Mordisco, considerado o homem mais procurado do país. Um dos bombardeamentos ocorreu no departamento de Arauca, junto à fronteira com a Venezuela, e outro na selva de Guaviare, onde se registaram as 19 mortes.

Tanto o Presidente Petro como o ministro da Defesa, Pedro Sánchez Suárez, tinham já alertado para a possibilidade de entre as vítimas haver menores, segundo a agência noticiosa espanhola Efe. A Procuradoria confirmou ainda que quatro corpos permanecem por identificar.

A procuradora Íris Marín recordou que, de acordo com o Direito Internacional Humanitário, “nenhuma criança ou adolescente recrutado deve ser afetado por operações militares” e que as Forças Armadas “devem tomar todas as precauções possíveis para protegê-los”, evitando o uso excessivo da força.

No entanto, reforçou, a responsabilidade pelas mortes de menores recai principalmente sobre os grupos armados que os recrutam, neste caso o Estado-Maior Central (EMC), a maior fação dissidente das antigas FARC. “O recrutamento de menores é um crime de guerra”, afirmou Marín, alertando que “usar crianças e adolescentes como argumento para questionar operações militares demonstra que grupos armados ilegais os estão a explorar como escudos humanos”.

Notabanca; 16.11.2025 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário