APU-PDGB RECUSA-SE À PARTICIPAR DA REUNIÃO COM MISSÃO DA CEDEAO-Vídeo
A Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da
Guiné-Bissau (APU – PDGB) recusouse à participar da reunião programada com a
missão da CEDEAO, que se encontrava na Guiné-Bissau, por a missão “ignorar” o
papel fundamental do Parlamento no processo de resolução da crise, sendo este,
constitucionalmente, o único órgão de soberania a partir de 27 de
fevereiro de 2025.
“Em vez
disso, a Missão optou por auscultar a Segunda Vice-Presidente, que usurpou, com
recurso a forças militarizadas, as funções de do Presidente da ANP, à
revelia da Constituição da República e do Regimento da Assembleia Nacional
Popular”, lê-se numa carta dirigida à Representante residente da CEDEAO
no país com o assunto: reunião com a missão da CEDEAO, adiantando que
as expectativas do partido eram “positivas”, considerando não apenas os
objetivos incumbidos à Missão da CEDEAO, mas também na sua composição, que
inclui membros com vasta experiência.
“No entanto,
essas expectativas foram frustradas diante da súbita decisão inexplicável e
perturbadora de excluir da agenda de contactos da Missão dois partidos
políticos representados no Parlamento, nomeadamente o MADEM G-15 e o PRS, que
integram a Coligação API-CABÁS GARANDI, que conjuntamente com a Coligação
PAI-TERRA RANKA, representam mais de 80% dos 102 deputados da presente
legislatura, dissolvida pelo Presidente da República à revelia da
Constituição antes de completar um ano de mandato” insistiu o partido liderado
pelo antigo primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Nuno Gomes Nabiam.
Recordou à
Missão que quatro dos cinco Deputados da Nação que compõem a Mesa da ANP,
nomeadamente Presidente da ANP, Primeiro Vice-Presidente e Duas Secretárias,
fazem parte da maioria dos 80% dos 102 deputados.
“Ademais,
dois dos três líderes das Bancadas Parlamentares e a maioria absoluta dos
membros da Comissão Permanentes também pertencem a maioria dos 80%
dos 102 deputados, por isso, convidamos a Missão a aquilatar sobre a
representatividade e a valia da auscultação que efetuaram à Segunda
Vice-Presidente.
A Comissão
da CEDEAO, através do seu Comunicado de 22 de janeiro de 2020, tomou
nota dos resultados eleitorais e felicitou o vencedor das eleições
presidenciais, esse reconhecimento do vencedor foi ainda relembrado através do
Comunicado de 21 de fevereiro de 2020. O atual Presidente
da República foi empossado de facto, e de jure, a 27
de fevereiro de 2020, conforme a Constituição, o seu mandato termina
a 27 de fevereiro de 2025” reafirmou, afirmando que as eleições
presidenciais deveriam ter sido marcadas para 90 dias antes do fim do
mandato, o que não ocorreu devido a “uma clara e ilegal intenção de prolongar o
mandato por mais um ano”.
A Assembleia
do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU – PDGB) considera que
está em jogo a salvação da Democracia e do Estado de Direito Democrático na
Guiné-Bissau. Por isso, avisa a representante residente da CEDEAO que levará o
seu protesto e indignação à Presidência da Comissão da CEDEAO, ao Presidente da
União Africana e ao Presidente da Comissão da União Africana, denunciando estes
“factos inaceitáveis”.
“É convicção
da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU – PDGB),
que a CEDEAO, enquanto mediadora de crises anteriores, conhece inteiramente os
instrumentos legais da Guiné-Bissau, por isso, estamos certos de que a Missão,
apesar das pressões a que está sujeita num ambiente de crise, saberá equacionar
a justeza do nosso protesto e indignação, reconhecendo as razões que nos
assistem à luz da Constituição e demais leis” lê-se na carta.
“Vimos por
este meio apresentar um protesto formal e manifestar a nossa profunda indignação
face aos anúncios da chegada da Missão da CEDEAO, aos convites para
reuniões e a tendenciosidade nas auscultações dos atores políticos e
instituições selecionadas. Gostaríamos de relembrar que a atual Missão da
CEDEAO foi mandatada pela última cimeira dos Chefes de Estado, realizada em
Abuja, em 15 de dezembro de 2024 para, através de um diálogo
inclusivo e institucional, apoiar as forças políticas representadas na
Assembleia Nacional Popular, bem como demais organizações políticas e da
sociedade civil, a fim de, conjuntamente com as instituições do pais, se
alcançar uma data consensual para a realização das eleições legislativas
ePresidenciais” vincou.


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