“A Guiné-Bissau está a transformar-se nos olhos dos atores da sociedade civil e religiosa numa espécie de barril de pólvora”
Estudos científicos
divulgados na terça-feira em Bissau, indicam que não existe ainda no pais,
líderes precursores de democracia nem intelectuais interessados em
implementar e seguir os princípios básicos da democracia multipartidária
na esfera política nacional.
Trata-se de resultados de trabalhos de investigação levados a cabo pelo Instituto de Segurança, Política e Relações Internacionais(ISPRI) uma organização nacional de caracter científico, que tem como objectivo a investigação e publicação de estudos sobre a segurança, política e relações internacionais na Guiné-Bissau.
Os resultados de estudos realizados, através de Escuta
Ativa de dirigentes políticos, entre Maio e Setembro de 2024 foram apresentados
por António Nhaga, presidente do ISPRI.
Citando resultados dos estudos, António Nhaga referiu
que “a Guiné-Bissau está a transformar-se, nos olhos dos atores da
sociedade civil e religiosas, numa espécie de barril de pólvora”,
que um dia poderá deflagrar com as consequências imprevisíveis, se os atores da
sociedade civil e religiosas não procurarem encontrar soluções à
tempo, poderá haver um genocídio pior que o do Ruanda.
“Durante os cinco meses de pesquisa, os
investigadores identificaram uma forte divisão dentro da classe política,
constataram que quase 90 por cento da população ligada a partidos está dividida
e que a maioria dos dirigentes enfrenta a democracia multipartidária”, disse
António Nhaga.
Acrescentou que os indicadores de “Escuta
Activa” demonstram que, realmente, no país, não há uma verdadeira promoção de
democracia multipartidária e do Estado do Direito Democrático, ou
seja, nos grandes partidos políticos nacional, não há ainda um
diálogo e uma convivência democrática com a participação de todos os
dirigentes.
Os resultados
dos estudos desta instituição apontam que os discursos dos
dirigentes políticos provam que não existem hoje nos partidos políticos um
imaginário de conflito saudável de ideias democráticas.
Nhaga diz que o estudo só agora foi tornado público porque a situação política se agravou com o início da campanha eleitoral. “Sentimos que o país está em ameaça, e por isso decidimos divulgar os resultados”, contou.
Notabanca; 08.12.2025


Sem comentários:
Enviar um comentário