AINDA
NÃO É DESTA O NOME DO PM DO GOVERNO INCLUSIVO
Os principais partidos no Parlamento da Guiné-Bissau mantêm-se irredutíveis
nas suas posições sobre a figura que deve ser escolhida pelo chefe de Estado
guineense para o cargo de pri
meiro-ministro.
O Presidente guineense, José Mário Vaz, auscultou hoje as cinco formações
políticas representadas no Parlamento, mas, à saída, os dois mais votados,
PAIGC e PRS, declaram-se irredutíveis naquilo que
cada um defende.
O PAIGC, vencedor das últimas eleições legislativas, pela voz do seu
primeiro vice-presidente, Carlos Correia, disse ter comunicado a José Mário Vaz
que só aceita como primeiro-ministro o seu dirigente Augusto Olivais.
O partido fez notar que o nome de Olivais teria sido aquele que mereceu o
consenso entre as partes desavindas e que se deslocaram em outubro à vizinha
Guiné-Conacri onde o chefe de Estado, Alpha Condé, tentou mediar a crise
guineense.
O PRS, segunda maior força no Parlamento guineense, através do
secretário-geral, Florentino Pereira, diz que de forma alguma poderá admitir o
nome de Augusto Olivais para o cargo de primeiro-ministro.
O PRS observa que nunca houve qualquer consenso à volta daquele nome nos
encontros tidos em Conacri, como diz o PAIGC.
O Partido da Convergência Democrática (PCD), a terceira força mais votada,
entende que o Presidente guineense "apenas deve respeitar o acordo de
Conacri", segundo o qual o primeiro-ministro deve ser nomeado por consenso
dos partidos representados no Parlamento e deve merecer a confiança do chefe de
Estado.
Para Vicente Fernandes, líder do PCD, Augusto Olivais "é a tal figura de
consenso" por ter sido um elemento indicado pelo Presidente guineense e
aceite pelo PAIGC enquanto partido vencedor das eleições.
Augusto Olivais faz parte de uma lista de três personalidades guineenses
propostas por José Mário Vaz para que uma seja escolhida para
primeiro-ministro.
As outras personalidades são Umaro Cissoko, general na reserva, e João
Fadiá, diretor do Banco Central de Estados da África Ocidental (BCEAO) na
Guiné-Bissau.
Nas audiências separadas de hoje, o Presidente guineense, José Mário Vaz,
pediu a cada uma das entidades que lhe remetam, por escrito, a posição que
defendem como proposta para a saída da crise política e, se possível, com o
nome de candidato a primeiro-ministro.
Além dos partidos, José Mário Vaz recebeu a direção da Assembleia Nacional
Popular, o parlamento guineense.
Inácio Correia, primeiro vice-presidente da ANP disse ter informado o chefe
de Estado que não é da competência do hemiciclo indicar a figura para chefiar o
Governo.
O primeiro-ministro do Governo em exercício, Baciro Djá, também devia ser
auscultado pelo Presidente guineense, mas fontes da presidência indicaram que
aquele não compareceu à audiência, nem justificou o motivo da ausência.
Notabanca; 08.11.2016
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