quarta-feira, 17 de julho de 2019

PAIGC LAMENTA POSIÇÃO “MUITO PASSIVA” DE CABO VERDE SOBRE SITUAÇÃO NA GUINÉ-BISSAU 
O presidente da comissão política do PAIGC em Cabo Verde lamentou hoje a atuação "muito passiva" do país, considerando que Cabo Verde deveria ter uma "posição clara" sobre a crise política que a Guiné-Bissau viveu nos últimos cinco anos.
PAIGC lamenta posição
"Para mim, Cabo Verde foi muito passivo em termos de intervenção, para apoiar claramente uma das posições, uma do lado do Presidente da República e outra do coletivo que alinha com o PAIGC. É opinião pessoal, mas senti que Cabo Verde devia ter uma posição clara sobre a situação da Guiné-Bissau nos últimos cinco anos", disse Pedro Barbosa Mendonça.



O presidente da comissão política do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) em Cabo Verde falava em conferência de imprensa, na cidade da Praia, para manifestar apoio e incentivar a candidatura do líder do partido, Domingos Simões Pereira, às eleições presidenciais na Guiné-Bissau, marcadas para novembro próximo.

Sobre a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Pedro Barbosa Mendonça agradeceu a atuação, mas afirmou que a comunidade não poderia ir além do que tem feito até agora, explicando as leis e soberania da Guiné-Bissau não podem ser comprometidas.

"É nesta base que a CEDEAO, às vezes de uma forma morna, atua daquela forma, mas agradeço pessoalmente a CEDEAO como tem atuado até agora, ajudou e a última decisão levou com que o Governo tomasse posse depois de quadro meses das eleições legislativas", mostrou.

Mais de três meses após as eleições legislativas de 10 de março, o chefe de Estado guineense, José Mário Vaz, rejeitou indigitar como primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC.

O partido vencedor das eleições acabou por indicar Aristides Gomes, então chefe do Governo cessante, para o cargo, o que o chefe de Estado aceitou, mas sem nomear imediatamente o novo executivo.

O novo Governo foi nomeado a 03 de julho, quase quatro meses depois das legislativas, e no último dia do prazo dado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

Na última crise política, o chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, também presidente em exercício da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), pediu prudência, sentido de responsabilidade e amor à pátria aos dirigentes guineenses.

O Presidente cabo-verdiano disse ainda que a comunidade internacional acompanhava a situação política na Guiné-Bissau "com toda atenção" e "com alguma preocupação", esperando que a "sabedoria" que o povo guineense tem demonstrado nos últimos tempos possa manter o país "calmo, tranquilo, estável e sem convulsões relevantes".

Uma grave crise política teve início da Guiné-Bissau em 2015 após o Presidente guineense, José Mário Vaz, ter demitido das funções de primeiro-ministro o presidente do PAIGC, partido que venceu as legislativas em 2014, acusando-o de corrupção e nepotismo.
Notabanca; 17.07.2019

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