Mais uma ronda negocial para saída de crise política agendada pelo chefe do estado.
O Presidente da Guiné-Bissau vai reunir-se na quarta-feira com a comunidade internacional (P5), signatários do Acordo de Conacri, sociedade civil e entidades religiosas para encontrar uma solução para o impasse na formação de um novo Governo.
A composição do Governo do novo primeiro-ministro da
Guiné-Bissau, Artur Silva, continua sem ser anunciada, 40 dias depois de o
Presidente, José Mário Vaz, o ter indigitado.
Artur Silva tomou posse a 31 de janeiro, tendo
prometido, na altura, "para breve", um Governo integrado por todos os
signatários do Acordo de Conacri, instrumento patrocinado pela Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para acabar com a crise
política na Guiné-Bissau.
Fonte da presidência confirmou à Lusa que o chefe de
Estado guineense convocou para quarta-feira um encontro com os representantes
da comunidade internacional, signatários do Acordo de Conacri, sociedade civil,
entidades religiosas e o grupo de mulheres facilitadoras.
Quando nomeou Artur Silva, José Mário Vaz disse ser um
primeiro-ministro da sua confiança e pediu aos guineenses para confiarem no
novo chefe do Governo.
O chefe de Estado considerou também que a tarefa
principal do novo primeiro-ministro será a organização de eleições
legislativas, previstas para este ano.
Mas, 40 dias depois, o Governo do novo primeiro-ministro continua sem ser
conhecido, tal como a data para a realização das eleições legislativas, apesar
de os partidos políticos já terem sido ouvidos pelo Presidente José Mário Vaz.
Após a nomeação de Artur Silva e de uma visita de uma missão da CEDEAO à
Guiné-Bissau para avaliar o cumprimento do Acordo de Conacri, a organização
anunciou sanções contra 19 individualidades guineenses por estarem a criar
obstáculos à aplicação do acordo.
O Acordo de Conacri foi rubricado em outubro de 2016 pelos cinco partidos
com assento parlamentar, o líder do parlamento e o grupo dos 15 deputados
expulsos do PAIGC.
Vencedor das últimas eleições legislativas, o PAIGC e outras duas formações
políticas com assento parlamentar, a União para Mudança e o Partido da
Convergência Democrática, todos subscritores do Acordo de Conacri, já
anunciaram que não vão aceitar um primeiro-ministro que não seja nomeado na
base do referido acordo.
Devido à falta de entendimento entre os signatários do Acordo do Conacri à
volta da figura que era apontada como a consensual no âmbito daquele documento,
o Presidente guineense decidiu escolher Artur Silva como primeiro-ministro.
Notabanca; 13.03.2018
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